Jogador tem vivido momento iluminado ao entrar para a história de seu clube com feito histórico. No Palmeiras, oscilou entre ‘dias de paz e dias de luta’, rejeitado e amado ao mesmo tempo.
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Pobre, faminto e talentoso; a maioria dos jogadores brasileiros tem esses três adjetivos cravados em suas histórias de vida e com o personagem deste artigo, não foi diferente.
Há 11 anos, quando tinha 19 de idade, jogava bola por um salário de R$ 500, que nem sempre era pago, no Grêmio Mangaratibense, na região metropolitana do Rio de Janeiro, e morava na zona oeste da capital fluminense, no bairro Santa Margarida.
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Perseverando na carreira, mesmo em um “clube de gente de bom coração, mas sem condição”, conforme disse o centroavante; foi apresentado a um empresário português que o levou para o time B do Benfica. Depois de um período de 15 dias de testes, assinou por 5 anos e salário de € 1.200 (R$ 6.5 mil).
Ganhando pouco, recebeu ajuda de Alan Kardec, que também jogava no Benfica, mas na equipe A, e foi morar, com a namorada, na casa do atacante ex-Palmeiras, quando vestiu o manto em 2013, na disputa da enfadonha série b e, no ano seguinte, pulou o muro para o CT vizinho, o do São Paulo.
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Permanecendo no time B lusitano, o máximo que conseguiu foi treinar com os jogadores profissionais e, assim, acabou emprestado a mais de dois clubes até chegar ao Deportivo Alavés, da Espanha, onde tornou-se ídolo, também, jogando por empréstimo.
Com acordo pago pela Crefisa, patrocinadora máster do Palmeiras, chegou ao time por € 5 milhões, na janela de meio de temporada de 2017, a pedido de Cuca, comprado do Levante (ESP). Ele não era, exatamente, o jogador que os palmeirenses esperavam.
Entretanto, Deyverson Brum surpreendeu; era bom de bola, mas era ‘maluco’. Recém chegado, foi expulso em um dérbi decisivo, no Campeonato Brasileiro daquele ano. Para muitos, uma “bomba-relógio”, alternando momentos de paz e controle com segundos de explosão.
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O técnico Luiz Felipe Scolari conseguiu diminuir o ímpeto provocativo do atleta e o transformou em importante peça no elenco para a conquista do Brasileirão 2018. No ano seguinte, o convenceu a recusar oferta de clube chinês para permanecer aquela temporada no Palmeiras.
Mas o rendimento do Verdão, e do próprio ‘Deyvinho’ – apelido dado por seu carisma -, caiu, consideravelmente, no segundo semestre de 2019. Felipão, inclusive, acabou demitido e o centroavante, em 2020, emprestado aos espanhóis Getafe e Deportivo Alavés.
Como nenhum dos clubes optou por comprá-lo, retornou ao Palmeiras em 2021, ano em que entrou para a galeria dos heróis Alviverdes ao marcar o gol do título daquela edição da Connemol, no Estádio Centenário, no Uruguai, contra o Flamengo. Mas sua volta, até então, não tinha agradado.
Atualmente no Cuiabá, o centroavante acaba de se tornar o maior artilheiro da sua história, na Série A, com 11 gols marcados, e disse que o feito lhe é gratificante, especialmente pelo tratamento de ídolo, recebido pelos torcedores do Dourado.
Dentro de seis rodadas, o Palmeiras vai reencontrar o time de Deyverson, no Campeonato Brasileiro, depois de estrear, no torneio, vencendo-o por 2 a 1, no Allianz Parque, dia 15 de abril. Desta vez, o confronto será na Arena Pantanal, dia 19 de agosto, válido pela vigésima rodada do nacional.
Em entrevista ao GE, o ‘herói maluco’ disse que sua característica é fazer gols e, por isso, quer marcar contra o Verdão mas, segundo ele, “com respeito”. Se anotar o tento, Deyvinho promete não comemorar.
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