O Palmeiras contratou o atacante Keirrison, então jogador do Coritiba, em janeiro de 2009. O atleta oscilou momentos no Verdão e saiu sob protestos de Vanderlei Luxemburgo.
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Era o início da temporada de 2009 quando o Palmeiras, em janeiro daquele ano, anunciava a contratação do atacante Keirrison, então jogador do Coritiba. Seis meses depois, o atleta saia de forma polêmica do Verdão, negociado com o Barcelona de Pep Guardiola.
Pelo Palmeiras o camisa 9 disputou 35 partidas e marcou 24 gols, mas não demonstrava-se comprometido com o time, como os próprios companheiros de elenco, à épóca, revelaram ao, então presidente, Luiz Gonzaga Belluzzo.
Contratado pela Traffic, grupo de marketing esportivo que mantinha parceria com o Palmeiras; Keirrison desembarcou no Verdão com foco em jogar no Barcelona. A afirmação foi feita por Belluzzo, algum tempo após a saída do atacante para o clube espanhol.
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O renomado economista presidiu o Palmeiras entre os anos de 2009 e 2011 e lembrou que Keirrison, antes de sua coletiva de apresentação, recebeu a sugestão de Helder Bertazzi, então assessor de imprensa Alviverde, de dizer que jogar no Verdão era um objetivo.
“Um dos empresários dele me disse: ‘não, o objetivo dele é o Barcelona'”, contou Belluzzo à ESPN, e completou: “Eu achei aquilo bem estranho, fiquei embasbacado, e lembro que tivemos de explicar que não cairia bem ele dizer isso chegando ao Palmeiras“.
Ao Barcelona, o atacante foi negociado pela Traffic, em maio de 2009, por € 15 milhões (cerca de R$ 41 milhões pela cotação da moeda europeia, à época). Naquele mês, o Palmeiras disputaria um dos jogos mais importantes daquela temporada.
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Pelas quartas de final daquela edição da Libertadores, os comandados de Vanderlei Luxemburgo encarariam o Nacional (URU), que atravessava má fase na competição. Mesmo assim, o time conseguiu empatar em 1 a 1 com o Palmeiras, no antigo Parque Antarctica.
O resultado enfureceu a torcida Alviverde que, àquela altura, já perseguia Keirrison pelo seu baixo rendimento. O atacante, inclusive, foi deixado no banco em alguns jogos, por Vanderlei Luxemburgo, para a entrada de Obina em sua vaga no Palmeiras.
No jogo de volta em Montevidéu, valendo vaga à semifinal da Libertadores 2009; uma vitória simples garantiria o Palmeiras na competição, mas o placar ficou em 0 a 0, em noite de péssima atuação de Keirrison, e o Verdão acabou eliminado do continental.
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“Naquele dia, eu me lembro de perguntar aos jogadores, após a eliminação, como eles se sentiam. E o Keirrison, para meu espanto, me disse, com todas as letras, que não sentia nada”, revelou o ex-presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo.
Uma semana após a eliminação do Palmeiras da Copa Libertadores da América 2009, o então técnico Vanderlei Luxemburgo declarou, publicamente, que havia tomado conhecimento da saída de Keirrison depois de a negociação ter sido concretizada.
Sentindo-se traído por não ter sido consultado, Luxemburgo disse à imprensa que, se o acordo com o Barcelona não desse certo, o camisa 9 não jogaria mais com ele no comando do Palmeiras. A declaração resultou em sua demissão, determinada por Belluzzo.
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Fora dos gramados há 6 anos, Keirrison, com 35 anos de idade, falou em entrevista ao ge sobre o drama familiar que viveu com a morte do filho de 2 anos, as lesões seguidas que sofreu, o hiato na carreira e a polêmica com Vanderlei Luxemburgo.
No Barcelona, que já contava, à época, com Lionel Messi, o atacante brasileiro não teve espaço e não jogou, sequer, uma partida com o clube, sendo emprestado ao Benfica, de Portugal, em razão do limite de estrangeiros no elenco de Pep Guardiola.
Keirrison disputou sete confrontos pelo clube português e, sem nenhum gol marcado, seguiu à Fiorentina, da Itália, também por empréstimo do Barcelona. No time Italiano o ex-Palmeiras marcou gois gols em 12 jogos, antes de retornar ao Brasil, em 2011.
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Repatriado pelo Cruzeiro, o atacante sofreu ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho direito e, com duas cirurgias, foi desenganado por médicos, que o aconselharam a desistir de jogar futebol. Depois de um ano e meio fora de campo, reestreou em 2013.
Naquele ano, já com contrato rescindido com o Barcelona, o atacante foi contratado pelo Coritiba, clube no qual ficou por quase três temporada até que, em 2015, uma nova lesão e a morte do filho colocaram fim em sua passagem pelo Coxa.
No fim do ano de 2015, o filho de Keirrison, Henri Lucca Buss Carneiro, de apenas dois anos, foi diagnosticado com um tipo de virose por um pediatra da família do ex-Palmeiras. Entretanto, a análise estava equivocada e o garoto foi internado com quadro infeccioso.
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Menos de duas horas após dar entrada no hospital, o pequeno Henri sofreu parada cardíaca e respiratória, antes de ser encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e entrou em óbito, deixando um trauma irreparável no ex-atacante do Palmeiras e em sua família.
Em 2016, Keirrison voltou a jogar pelo Londrina e, como teve boas atuações, retornou à Europa para jogar no Arouca, de Portugal. No entanto, esteve em campo em apenas duas oportunidades e, no ano seguinte, desembarcou no Coritiba pela terceira vez.
No mesmo ano, depois de seis jogos pelo Coxa, Keirrison voltou para o Londrina, atuou seis vezes e marcou um gol até decidir paralisar a carreira no futebol. Entretanto, em sua entrevista ao ge, o ex-camisa 9 do Palmeiras disse que não se aposentou.
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Sobre a polêmica com Vanderlei Luxemburgo, Keirrison enalteceu que o respeita e que ele foi importante à sua carreira, ensinando-o demais, mas que não concorda com a postura adotada pelo então técnico do Palmeiras.
“Respeito, mas concordar é totalmente diferente da postura do que ele falou, de tudo, porque quando você cita a pessoa, de forma direta, é complicado, é uma falta de respeito. Não preciso falar muito; o presidente demitiu o Luxemburgo, essa foi a resposta”, disse.
À época, Vanderlei Luxemburgo disse: “Ele não está pronto. É uma saída prematura, como de todos os jogadores jovens. O Robinho disputou duas Libertadores e foi para fora depois. O Keirrison só ficou seis meses no Palmeiras“.
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